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Teologia Pastoral

Profº. Elmer M. Barbosa

Surgimento como Disciplina

 Pastoral, Pastoreio, Pastorado, Teologia Pastoral, Teologia Prática, Teologia Ministerial…

 Nos séculos XVIII e XIX e que se desenvolve a teologia pastoral ou “teologia aplicada”, sob influência do iluminismo.

 Em 1810 Friederich Schleiermacher cria a cátedra de Teologia Prática, na faculdade de Teologia na Universidade de Berlim.

Definições

A terminologia que tem prevalecido na teologia católica não distingue com suficiente clareza entre pastoral e teologia pastoral; os dois termos são freqüentemente utilizados como sinônimos e seus significados podem até ser confundidos de fato. Mais corretamente, “pastoral” indica o complexo de atividades desenvolvidas na igreja para a consecução de seus próprios objetivos; “teologia pastoral” indica a reflexão, criticamente fundamentada, sobre o acontecimento pastoral.

Na área protestante alemã percebe-se a distinção, pelo contrário, entre teologia pastoral e teologia prática; “teologia pastoral” indica a reflexão sobre a atitude do

pastor em geral, a respeito de sua própria profissão e à ajuda prestada ao incremento das aptidões pessoais do pastor (prudentia pastoralis), enquanto que “teologia prática” designa a reflexão crítica sobre a tarefa eclesial.

A proposta feita recentemente no âmbito católico de se substituir a expressão “teologia pastoral” por “teologia prática” se situa em correspondência ao deslocamento da reflexão sobre a atividade do pastor na igreja para a reflexão sobre o agir da igreja em suas dimensões.

1. PACOMIO, L et alli (orgs.). Diccionário teológico multidisciplinar. Salamanca:

Sigueme, 1997, 2 volumes (vocábulo: Teologia Pastoral), p. 84

Para o pensamento das igrejas que surgiram a partir da Reforma do século XVI, falar de “pastoral” tem significado, principalmente, referir-se à função do pastor [no entanto]

os reformadores do século XVI nunca falaram de “pastoral”, quando muito, referiram-se ao ministério do pastor e sua ordem própria. É óbvio que, com o correr do

tempo, produziu-se no pensamento protestante uma redução do conceito, que foi ficando limitado à pessoa (ou à figura, como se queira) do ministro ordenado [...] esta

tendência, fortemente arraigada no protestantismo, influi fortemente para que a compreensão da pastoral siga focalizando a figura do “pastor”.

2. SANTA ANA, Julio de. Pelas trilhas do mundo, a serviço do Reino. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista e Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, 1985, p. 31.

Entendendo O Ministério Pastoral na Bíblia 2ª Aula

No Antigo Testamento:

-Vê-se na história dos hebreus a criação de rebanhos de ovelhas. Quando Deus é chamado de pastor faz-se menção ao cotidiano dos pastores que cuidavam, guiavam e protegiam esses rebanhos. O salmo 23 retrata a excelência do pastoreio divino por Israel. “O pastor é autoridade e solicitude, poder e carinho, vigor e ternura ...” (Ronaldo Sathler - Rosa citando Libanio, p.17) .

“Ser pastor em Israel é ser fiel a vocação do povo. Daí que os dirigentes da nação eram chamados pastores: Jeremias, por exemplo, critica os maus pastores de Israel, culminando com um discurso através do qual foi fustigando, sucessivamente a família real de Judá, aos reis Joacaz, Joaquim e Jeconias (cf. Jr 21.11 - 23.2) ” (Julio de Santa Ana, p.35).

- Para Julio de Santa Ana, a figura pastoral vetero–testamentário tem haver com a liderança política da época, pois esses tinham condições de guiar, proteger e cuidar do povo ou rebanho. (Livro: Pelas Trilhas do Mundo a Caminho do Reino)

No Novo Testamento:

-No novo pacto ou aliança Jesus Cristo é o Bom pastor. Toda sua vida é a atividade pastoral. Ele é o modelo excelente e perfeito “A pessoa e prática de Jesus é modelo por excelência do ministério da igreja e do ministério do pastor e da pastora” (Ronaldo Sather-Rosa, p.29).

- “O Objetivo central de toda ação pastoral é que Cristo seja formado, ou seja, que Cristo permeie toda a vida das pessoas e seus múltiplos relacionamentos:

com Deus, com o próximo, com a natureza e com elas mesmas (cf João 10,10)”.

Ronaldo Sather-Rosa p.31 citando Bonhoeffer, 1955, p.55-78).

- Não tem como entender o ministério pastoral na Bíblia sem refletir na atuação de Iavé em Israel e de Cristo no mundo. Deus presente na história, cuidando do seu rebanho.

Lendo sobre o Dom

 “Ele mesmo concedeu uns para (...) pastores e mestres.” Ef 4,11

“Neste texto parece se referir a mesma função. Pastorear e ensinar são habilidades que se sobrepõem, no entanto são distintas.

Emissários (apóstolos) fundavam congregações. Profetas falavam a palavra de Deus. Proclamadores das boas-novas (evangelistas)

comunicam as boas-novas de modo que as pessoas se voltem do pecado e aceitam o perdão de Deus por intermédio do messias.

Pastores prosseguem a partir desse ponto, discipulando e aconselhando os crentes novos e maduros para viverem a vida messiânica. Mestres comunicam e aplicam a verdade bíblica.

Nenhum deve se orgulhar quanto a sua posição, mas sim preparar o povo de Deus, conforme explicado nos vv. 12-13 .”  David H Stern, p.637.

Vocação Pastoral

 Chamamento, ato de convidar ou solicitar.

 Geral: Toda humanidade, de maneira indistinta, ´r convocada a participar gratuitamente dos benefícios do Evangelho com base nos méritos da morte de Cristo.

 Específico: Embora todos sejam convidados a usufruir dos meios da graça, nem todos serão convidados a exercer o ministério da Palavra. É um chamado que depende única e exclusivamente dos desígnios e da soberania de Deus.

Dicionário Teológico, p.289

3ª aula

Liderança Espiritual

 Liderança e serviço estão intimamente ligadas na proposta bíblica espiritual. Aqueles a qual Deus chama para o ministério da Palavra, i.é., Pastoral, exercem liderança espiritual. Essa liderança é algo que de alguma maneira relaciona-se com a vida e missão dos os crentes. A ação dessa liderança muitas vezes não está clara no meio evangélico, na maioria das vezes é relacionada a administração, organização e preocupações institucional e não com a palavra.

 Liderança terrena tem haver com chefia, comando, representante de um grupo de pessoas, aquele que exerce influência sob outros.

Liderança espiritual tem haver com conduzir, guiar, orientar, influenciar, tudo com base na palavra de Deus.

Preparo para Pastorear

 A necessidade de uma preparação a vocacionados é muito mais exigida hoje do que antes. Dennis Bickers tratando sobre esse assunto afirma: “O ministério é árduo. Os pastores de hoje se deparam com questões que seus predecessores nunca enfrentaram: AIDS, cristãos divorciados, aborto, problemas sociais, violência entre jovens e distorção de valores são apenas algumas das questões difíceis que devem ser tratadas pelos pastores de hoje.” pastor e profissional p.61.

 “Fomos chamados para pastorear, para conduzir homens e mulheres a Cristo, a se conformarem a imagem à imagem dele.

Esta é a nossa tarefa, é para isso que nos preparamos, estudamos e ministramos. Para ver pessoas sendo cada vez mais semelhante ao filho de Deus, refletindo sua glória, sua humanidade perfeita.” Ricardo Barbosa, Nova Liderança, p.102

4ª aula

A igreja sempre teve a preocupação de ter pastores preparados na sua edificação.

Caso contrario não teríamos tantas orientações no Novo Testamento dirigida exclusivamente a essas pessoas que pastoreiam. Podemos afirmar que preparação

é a exigência do Senhor (dono) da Igreja para o pastor.

Preparo significa:

- Obedecer aos Princípios Bíblicos pastorais

- Manter a espiritualidade através da Oração, Leitura e Meditação bíblica.

- Cito aqui também leituras extras: livros e jornais.

- Estar contextualizado e atualizado.

- Estudar Teologia.

O estudo da teologia é o estudo sobre a palavra de Deus. O dom pastoral é o ministério da palavra. Como sou ministro (servo) daquilo que não conheço? O que vou falar daquilo que não estudei e não tenho conhecimento?

Contra as Tendências Pastorais Narcisista

 Narcisista de “Narciso”, herói da mitologia grega. “O auto-admirador”.

Pessoa muito vaidosa, enamorado de si mesma.

 James Houston diz que podemos identificar pelo menos oito características

de desvios nos narcisistas:

1. Noções grandiosas de auto-importância, acentuadas por conceitos fantasiosos de liderança.

2. Preocupação com fantasias de sucesso, poder, brilhantismo e beleza ilimitados (...).

3. Exibicionismo a serviço da publicidade, para aumentar vendas e geras falsas expectativas.

4. Fortes sentimentos de raiva, inferioridade, vergonha, humilhação ou vazio diante da critica ou indiferença de outros.

5. Sentimento de que o mundo que deve muito, de modo que o individuo é tomado por um profundo sentimento de injustiça, ciúme, inveja e ressentimento quando não é reconhecido.

6. Exploração Interpessoal, que leva o individuo a derrubar outros que se apresentam como rivais em potencial e que criam alguma ameaça ao ego inseguro do narcisista.

7. Relacionamentos que oscilam entre a super-idealização ou então a desvalorização, e nunca se caracterizam pela estabilidade ou constância.

8. Uma falta de empatia, que torna esse líder incapaz de tratar os outros com sensibilidade e gentileza. No final, os outros se sentem explorados e manipulados.

Nova Liderança, p.178-179.

Vivendo o Fruto do Espírito:

Agape: O maior destes. “Tudo começa com o amor de Deus” Chara: A alegria do viver, ou reviver, de ter encontrado o que foi perdido, de ser reconciliado.

Eirene: O melhor da vida: a paz. Jesus nos trouxe a paz.

Makrothumia: A paciência divina e humana. Expressa a atitude de nunca perder a

calma a paciência com as pessoas ou acontecimentos (eventos) diários.

Chrestotes: A benignidade. “Tratar os outros de modo que Deus nos tratou” Agathosune: A bondade ou generosidade. Generosidade que brota do coração benigno.

Pistis: A virtude da confiança: fé. “Descreve o homem em cujo serviço fiel podemos

confiar e cuja palavra podemos aceitar sem reservas.”

Prautes: Força e suavidade: mansidão. “prautes é o poder que, mediante o Espírito

de Deus, faz a força poderosa e explosiva da ira ser aproveitada no serviço humano e divino”

Egkrateia: A vitória sobre o desejo: temperança. “a qualidade que capacita o homem a viver e andar no mundo, conservando imaculadas as suas vestes.” Extraido de Barclay, William, As Obras da Carne e o Fruto do Espírito.

Na relação pastor fruto do Espírito podemos ver a busca da integridade ministerial.

Enquanto que na relação pastor narcisismo, vimos a decadência dessa integridade

Imagem:Tudo ou nada?

 Artigo: A imagem do Homem de Deus. Abner Carneiro

www.monergismo.com/pastores .

 Sermão: Apascentando Ovelhas ou Entretendo Bodes

Charles H. Spurgeon.

Modelo pastoral influenciado pela pós-modernidade:

 Empresarial (percebe a necessidade do “mercado”)

 Status, posição (Poder)

 Politicagem (política de interesses pessoais)

5ª aula

Modelo Pastoral Bíblico:

• Modelo Excelente: Cristo

• O livro Teologia Pastoral apresenta quatro aspectos do modelo neo testamentário pastoral:

1 – Governar 3 - Alimentar

2 – Defender 4 – Cuidar

p. 29

A imagem que reflete Cristo jamais é influenciada pelo presente século, pelo contrário, protesta e convida a reflexão e mudanças necessárias (nascer de novo).

Pastor Ministro da Palavra

Alguns princípios para exercer melhor sua função:

 “Transformando Olhos em Ouvidos”

 Exegeta, Hermeneuta.

O pastor jamais pode esquecer de “ouvir” a voz de Deus. Quando lê não pode deixar-se levar só pelas necessidades dos outros mas antes aplicar a palavra de Deus as suas necessidades.

M2 Tema de um dos capítulos de Eugene Peterson em Um Pastor Segundo o Coração de Deus.

Exegeta: pessoa que faz comentário ou dissertação para esclarecimento ou minuciosa interpretação de um texto ou de uma palavra.

Hermeneuta: pessoa que Interpretar os sentido das palavras ou texto.

O ministério do pastor é pregar a palavra para orientar, cuidar e guiar. Ele será a pessoa que transmite as verdades bíblicas através de comentários e interpretação do texto. Ele também dará esclarecimentos acerca da Bíblia.

Atualmente temos mais condições e mais ferramentas do que outros tiveram no passado (pesquisas nas áreas de arqueologia, história, geografia, filologia, entre outras, alem de acesso mais fácil a informações, livros, bibliotecas).

Pastor Igual a Cristo

1. Na vida particular 6. No fazer discípulos

2. Na vida Espiritual 7. Nas reuniões

3. Na Vida Emocional 8. Nas Finanças

4. No Ensino 9. Na Santidade

5. Nos Sermões 10. Na Autoridade

Ralph M. Riggs diz que “é impossível que um ministro do Evangelho seja verdadeiramente espiritual em público e carnal na vida espiritual” A vida particular do pastor testemunha o Evangelho de Cristo. O que muitas ovelhas não entendem ainda é que o pastor precisa cuidar também de si mesmo e de sua família.

6ª aula

M3 O Guia do Pastor, p.67

Micro; 25/11/2008

A vida particular, espiritual e emocional está relacionada ao cuidado próprio.

O pastor deve cuidar-se ou prevenir-se contra os males deste século, entre eles cito: ansiedade, estresse, fadiga. Algo que o pastor deve planejar também com bastante responsabilidade é sua vida futura (velhice e jubilação).

Sobre a vida familiar a Bíblia da uma orientação para os casados: “mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua esposa” 1 Cor 7.33, mas por outro lado essa não pode ser uma preocupação que lhe tire da posição em Cristo “pois se alguém vem a mim (a Cristo) e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até a sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo” Lc 14,26. Ainda temos a orientação em 1 Tm 3 que entre os muitos requisitos para o ministério pastoral encontramos alguns requisitos sobre a família: ser marido de uma só mulher, e governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois se alguém não governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?

OBS: Ler todo capitulo

Comodismo X Ativismo

Os extremos nos cercam não só na teologia pastoral, mas em quase todos pensamentos acerca de Deus. Sempre tem os dois lados. Na atuação pastoral deve haver aquela harmonia necessária para não ter exageros. O ativismo filosoficamente definido é a doutrina que faz da atividade a essência da realidade. Já o comodismo é o sistema ou atitude que leva o individuo a atender, acima de tudo, à própria comodidade (bem-estar ou conforto).

O pastor não pode se acomodar, pelo contrário deve saber de suas responsabilidades com a igreja, com sua família, consigo mesmo e acima de tudo com Deus que o chamou para esse trabalho.

7ª aula

Por outro lado, não pode ser um ativista. Jhon White em seu livro Encontrei um Líder, escreve o seguinte capitulo:

“Os líderes de Deus não são viciados em trabalho. Eles trabalham duro sem escravizar-se ao cativeiro do próprio trabalho. Eles não têm medo do trabalho ou receio de delegar tarefas. Um bom líder considera o trabalho como um meio de alcançar um objetivo especifico.” p.64

Leve em consideração isso. Como Temos falado em várias aulas o ministério pastoral é o que mais está em evidencia na igreja cristã da atualidade. Considere essa liderança como um serviço para alcançar Objetivos para o Reino de Deus: edificação, discípulos...

Expectativas

Na Teologia Pastoral acredito que não deveria faltar essa reflexão: Quais

são minhas expectativas para o pastorear no século XXI? Mais importante

ainda: em quem focalizo minhas expectativas?

Com tantas pressões para “resultados” a frustração pastoral pode acontecer quando não “crescer”, no sentido de demonstrar resultados.

Lemos na Bíblia “Eu plantei, Apolo Regou; mas Deus que dá o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho” I Cor 3, 6-8

Livros Indicados

Nas Trilhas do Mundo, A Caminho do Reino. Julio de Santa Ana

Trabalho Pastoral em Tempo de Insegurança. Ronaldo Satler-Rosa

Encontrei um Lider. John White

Nova Liderança, Valdir Steuernagel & Ricardo Barbosa (editores)

Pastores Ainda em Perigo, Jaime Kemp

O Guia do Pastor, Ralph M. Riggs

A Vocação espiritual do Pastor, Eugene Peterson

Um Pastor Segundo O Coração de Deus, Eugene Peterson

Teologia Pastoral, José Deneval Mendes.

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DISCIPULOS DE CRISTO

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